07 maio 2010

vida-quase

Outro dia nós estávamos na praia. Praia pequena e vazia, fora de temporada. Nós andávamos pelas ruas no domingo e aquilo tudo mais parecia um cenário antigo de filme abandonado. As lojas, mercados, restaurantes - tudo fechado, largado até o próximo verão.
Em uma esquina, uma bandeira do Inter balançava imponente com o vento. Mais adiante, uma do Grêmio pendurada na janela. Os poucos sinais de vida humana presente na principal rua da praia.
Nós caminhávamos e não se ouvia nenhum som além do que vinha de nós mesmos e do mar - as ondas quebrando na beira da praia a uma quadra de nós. E enquanto nós íamos de mãos dadas e a passos lentos em direção à praia perguntei-me quantas pessoas no mundo nunca terão a oportunidade de conhecer essa sensação. Andar por quanto tempo se desejar andar e só ouvir a si mesmo e à natureza.
A vida como ela deveria ser.
E aqui, onde a vida real acontece, eu sempre quis saber quando conheceria a vida de verdade.
A vida real e a vida de verdade.
Eu quase conheço: 'se nós pudéssemos só calar a boca por um segundo'.

2 comentários:

  1. "E aqui, onde a vida real acontece, eu sempre quis saber quando conheceria a vida de verdade."

    Bah! Que texto lindo e delicado! Quanta sensibilidade! Muito bom o/

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  2. Que texto. Poderia citar varias frases, mas tentando chegar num minimo divisor comum, comigo mesmo, digo: Eu me imaginei lá.

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