19 maio 2010

música espelhada

Muito de mim, mas não tudo, eu vejo no meu reflexo. Ervas daninhas, vozes-Amálias, corpos que sofrem, pagam... E que, no final, gostam disso tudo. No espelho, sinto um pouco da memória que ainda não perdi. Vejo o amor, a troca entre duas almas, dois anjos da guarda - o outro, na frente do espelho, pode ser que seja hipotético, não importa. No fundo dos meus olhos, vejo a força de povos sofridos à beira do rio. Dou um olhar descrente para o vidro e recebo um olhar mais atento, mais esperançoso. Positivo, como boa parte das referências completas destas breves linhas.


Inspirado na (e - por que não? - dedicado à) arte de António Variações.

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