10 maio 2011

Vani, a heroína da noite que não sabia voar


A bola de pêlos...
Que vai e que rola
Dançando pelo corpo suado
Que desce e se embola
Neste abraço todo farto e caricato.
Vani, a heroína designada para ser
E crer na bondade alheia e citadina...

A cidade é deveras perdida.
O prédio lhe parece demasiado cinza
Mesmo com as janelas baixinhas,
Comparadas aos sonhos de menina
Que desce e que chora
Olhando para a lua
Nem diálogos e nem rezas bravas,
Só o brilho que agua
Agua a alma e escalpa sua vontade
A vontade de mexer na sociedade.
Triste saber de tudo isso:
Do riso que entorta, da amargura já incrustada
Na casca de maçã morta.

Tudo não passa da paz dos descontentes...
O intimismo, a resignação,
A lua que amorfa, como se com ela se estende
À ira dos sexos
Dos nexos
Nexos causais e modais
Você precisa empregá-los bem
Dizer que quer voar e flanar pela noite
E espalhar a loucura no céu.

Como uma mosquinha tonta, que bate na janela
A heroína voa
Ao chão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário