25 abril 2011

Minhas casas

Quando conheço alguém, aquele alguém que fico no mínimo 3hs conversando, é certo que, em algum momento, vou imaginar o interior do lugar em que a pessoa vive. Não sei desde quando tenho isso, mas já faz parte de mim.

Para uma pessoa muito alegre, viva, imaginei uma casa de dois andares, bem arejada e cheia de barulho: música, pessoas conversando, bichos de estimação de um lado para o outro.

Para outra, metódica e rotineira, imaginei as paredes brancas, o piso feito de lage (também branca), e todas as coisas em seus devidos lugares: livros em uma estante organizada, sofás milimetricamente alinhados.

Para uma terceira pessoa, que era expansiva e gostava de chamar a atenção, imaginei apenas seu quarto: um cômodo grande, com escrivaninha e armário, e paredes de cores diferentes do branco. Uma cama de casal até.

Há ainda aqueles que eu não consigo ter certeza de como seriam suas casas, pela complexidade de cada um.

O engraçado é que a imaginação e a realidade coincidiram uma ou duas vezes. Nas outras, achava tão estranho que a verdadeira casa não fosse a que eu tinha imaginado, porque...era tão dela! Aquele era o lugar perfeito para aquela pessoa, como se ela merecesse aquilo.

Hoje, acho que o que eu vejo é a casa que cada um é. Acolhedora ou organizada ou clara ou escura ou quieta ou barulhenta. Ou nada disso. As casas surgem daquilo que cada um me transmite.

Daí fico me perguntando: que casa os outros vêem em mim?

Um comentário:

  1. Ta aí uma boa pergunta.
    E taí uma mania diferente hehe imaginar a casa das pessoas ^^
    Curti.

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