01 janeiro 2011

Este assento número 12 nunca me deu sorte mesmo. Se bem que esta paisagem de mato rasteiro sempre me lembra das tardes de infância no interior. Naquela época não tínhamos preocupações. Nossas tardes eram preenchidas com aventuras, nossa curiosidade nos permitia explorar o campo. Eu e meus primos adorávamos brincar de empinar pipa. A pipa da Dorotéia era a canarinho e o Fred sempre achava que a dele era mais bonita. Era mentira, a minha era a o “Grande Dragão Vermelho” cortando o céu azul.

A melhor parte das tardes era quando desbravávamos o celeiro. Já tínhamos encontrado vários objetos esquisitos no feno dos cavalos, porém nunca algo como naquele dia.

A vovó, como sempre, já estava fazendo o bolo de fubá, e o cheiro de café tão convidativo nos chamava a adentrar a casa e provar um pedaço do delicioso bolo.

Naquele dia, tardamos a entrar. O que estava por entre o feno foi algo fora do comum. Ali jazia um corpo nu com um machado cravado no crânio.

Daniela e Marcelo

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