24 setembro 2010

Erniei

Descobri que ao olhar pra ti
Naqueles três segundos que falei,
Tu sabes, aquele
Teu rosto torna-se amarelo e gasto
Tu és o rei da Bélgica
Bélico.
Que se apossua de senhoras meninas
[de pouca vida,
Cheias de vontade e subjetividade.
Loucuras invasivas,
E eu mudo-me de lugar
*oleósos os cabelos
e tanto irrita o quanto me movo
tudo para parecer a rainha da Espanha,
Joana, aquela de Bandeira,
louca e efêmera.
Com tanta gana de ser possuída
Pelo amarelo da face gasta
e imunda de sexo.
"Minha bela" não serei,
E nem me terás, tudo o que queres
Mesmo que tão Bélico sejas,
Não é do meu agrado fazer-te algum mal
Rei bósnico, com sua pulseira dourada
Fale mais gravemente para eu poder tirar,
O amarelado dos meus lençóis doentes
E o arranhar dos pêlos,
Pêlos da face que me olham e eu juro que ouço falar,
Falar e que me tiram pra dançar
Nos sonhos mais eróticos que eu pudesse imaginar.
E como eu queria me entranhar no casaco de minha irmã
Para degustar do mau gosto monárquico.
E se por ventura não puder continuar,
É porque o rei bósnico começou a tagarelar,
E seu cheiro de iodo me lembrou de novo,
O hombre de boina.
Já que parece moderno e tão ambíguo,
Eu lhe digo que sempre falo dos mesmos,
Que tanto temo estarem de mau humor ou com pressa
Para encontrar seu esquilo de estimação,
Que deve estar esperando na carroça.

a mulher, o professor, o nerd e o perneta.


Júlia Fraguas

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