27 abril 2009

Por que escrevo?

Por que escrevo? Eu, a mais quieta da família, a mais quieta da turma, a que gosta de pessoas, mas também gosta do seu canto (e de ficar nele, por consequência). Eu, que passei por situações bem difíceis e guardei meus sentimentos sobre isso por muito tempo. Eu, que aprendi a ler e a escrever mais cedo que a maioria das crianças - e tais atos nunca saíram de mim, como se fossem inerentes (afinal... são?).
O tempo (não muito distante) e outras atividades estimuladoras (como fazer teatro) talvez fizeram-me perder o estigma de "mais quieta da família" - algo que adotei para mim mesma por achar apropriado, até. Pode ser que eu tenha me tornado um pouco mais comunicativa - mas não falante de fato, a não ser em ocasiões muito espontâneas.
Tentei manter um diário, isso com uns 13, 14 anos. Relatei meus dias por uns 3 meses e desisti porque já não escrevia mais todos os dias. Algum tempo depois, copiando a ideia de minha prima-irmã (certamente, quem mais presencia meus momentos falantes), fiz de um caderno o meu diário. Ainda uso esse caderno para escrever coisas que não me atrevo a escrever na internet por considerar pessoal demais. Fiz até poemas amadores na minha fase fico-na-Administração-ou-vou-fazer-Relações-Públicas-?. Uns dois meses de dilema e muitas palavras depois (no meu blog, no caderno e em bloquinhos que sempre levo comigo), tomei minha decisão e sinto-me muito bem neste recomeço.
Quando comecei a escrever num blog antigo, em 2006, considerei a escrita como uma terapia mesmo, mas pode ser mais do que isso, como a Natalie Goldberg diz. Agora, pensando melhor na pergunta, chego a uma resposta: porque tenho coisas a escrever das quais nem sei e que as descobrirei ao longo do tempo.

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