27 abril 2009

Eu escrevo

Por dias estive pensando: por que, afinal, eu escrevo? Não buscava uma resposta bonita para justificar os poemas nos guardanapos de bar, mas algo verdadeiro. E, certa madrugada, ela veio: eu escrevo porque sinto.
Sinto o calor do sol e a dor do corte. Sinto o cheiro das rosas que ele enviou e a saudade de minha casa. E sinto muito por ter errado. Nas vezes em que não consigo falar o que estou sentindo, me consola poder escrever. Então escrevo que a luz do dia me faz feliz e que adoro o jeito que ele me olha. E escrevo cartas de perdão.
Escrevo porque sou feliz e sou triste, porque sinto coisas demais e não sei separar. Porque, no fundo, espero que as palavras me façam compreender o incompreensível. Façam com que a dor cesse e o amor se multiplique. Escrevo porque sinto e sou. Eu dou vida aos meus pensamentos com a ponta de um lápis e é isso que me faz existir. Existir além do senso comum, ser o pai que perde a filha e ser também a princesa apaixonada. Ser a trapezista que sonhei na infância e ser o cachorro que não tenho. Ser a menina que quer mudar o mundo e ser o garoto apaixonado pelo melhor amigo. Ser tudo e todos por algumas linhas, alguns parágrafos. Porque, no fundo, eu não sei quem sou. Porque eu sou o que penso. E cada uma das palavras que escrevo são uma parte de mim.
Escrevo porque sou as personagens que crio e sou as lágrimas que deixo cair sobre o papel.
Eu escrevo para viver.

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